Pr. Rivail Sousa
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DEFINIÇÃO
Dom significa dádiva, presente, dote,
poder, virtude ou mérito. Os Dons Espirituais são recursos extraordinários que
o Senhor Jesus mediante o Espírito Santo, colocou a disposição da Igreja.
FINALIDADE
DOS DONS ESPIRITUAIS
§
Habilitar a
Igreja para a obra de Deus (I Co 12.7)
§
Tornar os crentes
mais espirituais (At 13.52)
§
Fazer notável a
presença de Deus nos cultos (I Co 14.25)
§
Promover o
aperfeiçoamento da Igreja (I Co 14.26)
§
Chamar a atenção
dos incrédulos para a realidade Divina.
DIVISÃO
DOS DONS
Os dons espirituais são encontrados em I Co. 12. 1-10 e dividem-se
em três grupos de três, formando assim os nove dons espirituais. Veja o esquema
abaixo:
OS
DONS DE REVELAÇÃO
Palavra da sabedoria, palavra do conhecimento,
discernimento de espíritos.
OS
DONS DE PODER
A
fé, dons de curas, operação de maravilhas.
OS
DONS DE LOCUÇÃO
A
profecia, a variedade de línguas, a interpretação de línguas.
A PALAVRA DA SABEDORIA (I CO 12.8)
Trata-se de uma mensagem verbal, sábia,
enunciada mediante a divina e sobrenatural operação do Espírito Santo. Tal
mensagem aplica a revelação da palavra de Deus á uma situação difícil e
específica.
Este dom, não se adquire através de estudos Bíblicos
ou mesmo através de logos cursos teológicos, pois, trata-se de um fragmento da
sabedoria de Divina. É dom, é Graça de Deus!
No ministério terreno de Jesus, a palavra do
conhecimento manifestou-se amplamente. Exemplos:
§
Quando confundiu
seus opositores acerca do batismo de João (Mt 21.24,25).
§
Quando seus
adversários quiseram surpreendê-lo na questão tributaria (Mt 22.21).
§
No julgamento da
mulher adúltera (Jo 8.7) etc.
Esse dom também se manifestou na vida de Estevão (At
6.10).
Jesus
prometeu dar esse dom aos seus seguidores (Lc 12.12; 21.15).
A
PALAVRA DO CONHECIMENTO (I CO 12.8)
Este também, não se trata de
habilidades das faculdades intelectuais do homem, pois, não é algo que se
aprende no processo educacional.
A palavra do conhecimento é a revelação de fatos não
manifestos por meios naturais. E sim, pelo perfeito conhecimento de Deus, pois,
sua origem é a onisciência divina.
No Antigo Testamento este dom se manifestara
amplamente no ministério de alguns personagens como Elizeu (II Rs 6.8-12),
Samuel (I Sm 9.15-16). Jesus também manifestou este dom quando se referiu á
Natanael (Jo 1.48), e á Lázaro (Jo 11.14). Frequentemente este dom tem estreita
relação com o dom de profecia (At 5.1-10; I Co 14.24,25).
DISCERNIMENTO
DE ESPÍRITOS (I CO 12.10)
Discernir não se trata de julgar,
criticar ou fazer mau juízo do próximo. Mas, discernir os espíritos, é saber
quem está operando no ambiente, se é o Espírito Santo, o espírito do homem ou
espírito maligno. O vocábulo discernir significa “ver o oculto”, e foi através
deste dom que Paulo entendeu que tipo de espírito operava através da jovem de
Filipos (At 16.18), também o fez resistir á Elimas, condenando-o a cegueira (At
13.11). Este dom se faz demasiadamente necessário, principalmente nestes
últimos dias, “os dias maus” (Mc 11.22-24; Lc 17.6).
A
FÉ (I CO 12.9)
Existe mais de um sentido da fé, existe
a fé como confissão, fé como fruto do espírito, fé natural, fé salvadora, fé
vicária, e fé como dom. É desta última que trataremos aqui. Em Heb. 11.1 diz:
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas
que se não veem”. A fé como dom espiritual, é a capacitação sobrenatural
concedida pelo Espírito Santo, através da qual o crente é levado a exercer a fé
de um modo extraordinário, visando à expressão máxima do reino de Deus.
Frequentemente este dom opera em conjunto com outras manifestações do Espírito
Santo, tais como: as curas e os milagres ( Mc 11.22,24; Lc 17.6).
DONS
DE CURAS (I CO 12.9)
Este Dom, como os demais é muito
desejado por muitos crentes, porém, nos é proporcionado pelo Espírito Santo, e
é concedido á igreja para restauração da saúde física, por intermédio divino e
sobrenatural (Mt 4.23-25;10.1; At 3.6-8;4.30). O plural (curas) indica curas de
diversas enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um ato especifico de
Deus. O dom de curas não é concedido a todos os membros da igreja de Cristo,
porém, se creres porás as mão sobre os enfermos os curarão (Mc 16.18).
DOM DE MARAVILHAS (I CO 12.10)
Trata-se dos atos sobrenaturais de poder
que intervém até mesmo nas leis naturais. Por exemplo: As pragas no Egito, à
separação das águas do mar vermelho, o maná enviado ao povo no deserto, a água
provida da rocha em Refidim, a paralisação do sol por intermédio de Josué, o
machado que emergiu do fundo das águas por intermédio do profeta Elizeu, a
sombra do sol que retrocedeu atendendo a oração de Ezequias, este inclui também
atos em que se manifesta o poder divino contra Satanás e os espíritos malignos.
No ministério terreno de Jesus vemos amplamente a manifestação deste dom. Dando
vista aos cegos, alimentando milagrosamente a multidão faminta, ressuscitando
os mortos, curando diversas enfermidades e ordenando aos seus ministros que
também realizem estes milagres como uma expressão visível do amor de Deus para com
os que sofrem.
DOM
DE PROFECIA (CO 12.10)
Muito se tem confundido profecia com
adivinhações dedutivas e baratas, e muitos são os que de forma irresponsável
tem liberado verdadeira “profetadas” em nome de Deus dizendo; assim diz o Senhor,
quando o Senhor não está dizendo nada, exemplos:
§
Ficar
profetizando tudo para todos, o tempo todo.
§ Ficar profetizando chaves de casas, carros etc. (Quando nenhuma chave está de fato sendo entregue).
§ Profetizar acerca de casamentos (Ex. não case com a loirinha porque preparei para ti a
moreninha - e vice-versa) Enquanto que o padrão de Deus já está posto que é;
não entreis em julgo desigual.
§
Profetizando que
o Senhor está se agradando de procedimentos, enquanto Deus está estarrecido com
tal procedimento.
§
Ficar
aleatoriamente profetizando morte causando verdadeiros transtornos aos mais
fracos na fé etc.
Para estes e outros procedimentos
igualmente esdrúxulos e irresponsáveis que você certamente conhece, deveria
haver na Igreja algum tipo de punição. Pois, a profecia se define como
revelação do conhecimento e da vontade de Deus por meios verbais sob inteira
unção e inspiração divina. Em uma pregação divinamente inspirada pode conter
elementos proféticos. Todavia, a profecia bíblica tem dois elementos básicos:
1
– MANIFESTAR os fatos concernentes a Deus e suas relações com a humanidade.
2
– DECLARAR os propósitos de Deus em momentos de Crise espiritual, visando a
EDIFICAÇÃO, EXORTAÇÃO e CONSOLAÇÃO da Igreja de Cristo, e para esta finalidade
é que devemos buscar com todo o zelo o dom de profecia, para que a igreja não
se corrompa.
DOM
DE VARIEDADE DE LÍNGUAS (I CO 12.10)
Apesar de ser variedade, não se trata de
poliglotismo, pois, independe da capacidade intelectual de quem as fala. Pois,
este é um Dom sobrenatural concedido pelo Espírito Santo, que capacita o crente
a fazer enunciados em línguas desconhecidas.
Estas
línguas podem ser expressas de duas formas, como se segue:
1º
- PODEM SER HUMANAS E DINÂMICAS, objetivando a manifestação da grandeza de Deus
a diferentes povos como aconteceu no dia de Pentecostes em que as pessoas de
diferentes regiões ali presentes ouviram falar das boas novas de Deus em sua
própria língua (At 2.4-6).
2º
- LÍNGUAS DESCONHECIDAS NA TERRA. Paulo diz que quem ora em línguas em seu
espírito ora bem. Aqui o Espírito Santo se infunde com o Espírito do crente
levando-o a uma edificação plena com Deus. Porém, por se tratar de “línguas
desconhecidas”, amenos que haja interpretação esta edificará apenas o que fala
(Co 14.14), é um método usado pelo Espírito Santo de conduzir o crente a
edificar a si mesmo em Deus e, portanto, o recebimento destas línguas deve ser
algo espontâneo e não forçoso.
Estas línguas devem ser faladas por
pessoas que foram batizadas no Espírito Santo e estão em plena comunhão com o
Senhor. De outra forma pode ser imitação barata de homens ou de demônios.
Nota:
É importante lembrar que não se trata de “línguas perdidas” ou silabas sem
nexo, é língua do Espírito Santo.
DOM
DE INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS (I CO 12.10)
Refere-se à capacidade concedida
sobrenaturalmente para o portador deste dom falar em línguas, e simultaneamente
as interpretar, ou de outra forma, quando um fala e outro as interpreta para a
edificação da Igreja. E desde que haja interpretação estas línguas serão
equivalentes ao dom de profecia, pois, terá em sua finalidade a edificação
coletiva da igreja, portanto, como aos demais devemos buscá-los diligentemente
no Senhor.
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Obs:... As sugestões bibliográficas para este texto, constam nos módulos de nosso curso teológico www.abtac.com.br