sábado, 26 de setembro de 2015

Pr. Rivail Sousa
www.abtac.com.br
       
  “Quem compreende a Trindade Onipotente? E quem fala dela ainda que não saiba o que diz. Contendem e discutem. E, contudo ninguém contempla esta visão sem ter paz interior” (Santo Agostinho).

         Certamente, na ausência desta “Paz interior” é que muitas seitas tem apresentados seus esdrúxulos ataques á santa doutrina da Trindade Onipotente. Todavia, a palavra de Deus é prevalecente á todos os ataques que Satanás já tem preparado através de falsos mestres e seitas oriundas de seus ensinamentos.

         Apesar do termo “Trindade” não está inserido na bíblia, por ser uma expressão teológica, que surgiu no segundo século para descrever a Divindade. Os trinitarianos (os que crêem na Trindade) podem desfrutar da referida “Paz interior” por saber que esta doutrina está amplamente inserida nas sagradas escrituras, mesmo antes que fosse tecnicamente chamada de “Trindade”.

         Antes de apresentarmos os fundamentos bíblicos para esta doutrina, veja como o credo de Atanásio pormenoriza o assunto buscando aclarar e preservar a doutrina:

         “Adoremos um Deus na Trindade, e a Trindade na unidade. Não confundimos as pessoas, nem dividimos (separamos) a substância. Pois existe uma única pessoa do pai, outra do Filho e outra do Espírito Santo. Mas a Deidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo é toda uma só: a glória é igual, a majestade é coeterna. Tal como é o Pai, tal é o Filho e tal é o Espírito Santo. O Pai não foi criado, o Filho não foi criado, o Espírito Santo não foi criado. O Pai é incompreensível (imensurável), o Filho é incompreensível (imensurável) e o Espírito Santo é incompreensível (imensurável). O Pai é eterno, o Filho é eterno e o Espírito Santo é eterno. E, no entanto, não são três (seres) eternos, mas há apenas um eterno. E não há três (seres) que não foram criados e que são incompreensíveis (imensuráveis). Há, porém, um só que não foi criado e é incompreensível (imensurável). Assim sendo, o Pai é Todo-Poderoso, o Filho é Todo-Poderoso, e o Espírito Santo é Todo-Poderoso. E, no entanto, não são três (seres) Todo-Poderosos, mas um só é Todo-Poderoso. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. E, no entanto, não são três deuses, mas um só Deus. Igualmente, o pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor. E, no entanto, não são três senhores, mas um só Senhor. Pois da mesma forma que somos compelidos pela verdade cristã a reconhecer cada pessoa por si mesma, como Deus e Senhor, assim também somos proibidos pela religião católica (universal) de dizer: “existem três deuses ou três senhores”. O pai não foi feito de ninguém: nem criado nem gerado. O Filho vem somente do pai, não foi feito nem criado, mas gerado. O Espírito Santo vem do pai e do Filho: não foi nem criado, nem gerado mas procedente. Assim, há um só Pai, e não três pais; há um só Filho, e não três filhos; há um só Espírito Santo, e não três Espíritos Santos. E nessa Trindade nenhum é antes ou depois do outro. Nenhum é superior ou inferior ao outro. Mas todas as três pessoas são juntamente coeternas e coiguais de tal modo que, nem todas as coisas, foi dito, a unidade na Trindade e a Trindade na unidade deve ser adorada. Aquele, pois, que quiser ser salvo, deve pensar assim sobre a Trindade. (...)”.

FUNDAMENTOS BÍBLICOS DA DOUTRINA DA TRINDADE

         Esta doutrina encontra maior apoio e expressão no Novo Testamento do que no Antigo Testamento. Isto porque o pano de fundo do Antigo Testamento é um mundo extremamente politeísta, e a mensagem de Deus aos descendentes de Abraão consiste na adoração de um único Deus (Monoteísmo). No entanto o próprio Deus deixa claro que sua unidade é composta (Pai, Filho e Espírito Santo). Isto fica claro nas referencias citadas á seguir:

QUANTO Á FORMAÇÃO DO HOMEM;

“E disse Deus: Façamos o homem á nossa imagem, conforme a nossa semelhança;” (Gn 1.26 grifo acrescentado)

APÓS A QUEDA DO HOMEM;

“Então, disse o Senhor: eis que o homem é como um de nós...” (Gn 3.22).

QUANTO AO CHAMADO DE ISAIAS;

“Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” (Is 6.8).

         Apesar da sutileza destes versículos citados, percebe-se que a unidade composta de Deus está implícita nos verbos e pronomes pessoais e possessivos acima.

         Diante do exposto podemos prosseguir fundamentando os atributos Divinos conferidos á pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo no quadro comparativo abaixo:
  
O Pai
O Filho                
O Espírito Santo
Onipresente    Jr 23.24              
Ef 1.20-23               
Sl 139.7  
Onipotente Gn 17.1              
Ap 1.8                      
Rm 15.19     
Onisciente At 15.18              
Jo 21.17                   
1Co 2.10 
Criador Gn 1.1                
Jo 1.3                       
Jó 33.4
Eterno Rm 16.26           
Ap 22.13                 
Hb. 9.14
Santo Ap 4.8                
At 3.14                      
1Jo 2.20
Santificador Jo 10.36             
Hb. 2.11                    
1 Pe 1.2       
Fonte da vida eterna Rm 6.23      
Jo 10.28                   
Gl 6.8
Ressuscitador    1Co 6.14            
Jo 2.19                    
1 Pe 3.18            
Inspirador dos Profetas  Hb. 1.1               
Jo 2.19                    
1 Pe 3.18            

         Veja ainda que a Doutrina da Trindade é claramente confirmada na ocasião do batismo cristão:

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19 grifo acrescentado).

NO TESTEMUNHO:

         “Porque estes três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um” (1 Jo 5.7).

NA DISTRIBUIÇÃO DE DONS:

         “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos” (1Co 12.4-6).

FINALMENTE NA BENÇÃO APOSTÓLICA:

         “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém” (2ºCo 13.13).

         Certamente quando os povos conhecerem este Deus tão maravilhoso, Eterno, onisciente, onipotente, onipresente. Bondoso, misericordioso, amoroso, justo e santo. O Pai da Eternidade, o Príncipe da paz, não encontraram espaço em suas vidas, nem sentirão necessidade dos “deuses” inúteis do politeísmo. Portanto, é ora de realizarmos o “grande Ide” (Mc 16.15). 

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Obs:... As sugestões bibliográficas para este texto, constam no módulo IV de nosso curso teológico www.abtac.com.br  
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